Queridos
leitores, bom dia, boa tarde, boa noite, como vocês estão?
Espero
que bem.
Hoje
trabalharei um tema, um pouco complexo que talvez fugirá da minha
alçada, posso falar muita besteira, mas o blogger é o meio de expor
as minhas ideias, talvez tudo que eu pense seja um devaneio, e a
lucidez das minhas palavras voam com o soprar do vento.
Estou
lendo um livro onde o autor traz recordações da sua passagem na
prisão, onde ficou encarcerado por alguns anos na Sibéria, o nome
do livro é Recordações das Casas dos Mortos do filósofo, escritor
e jornalista do império russo Fiódor Dostoiévski, não quero aqui
fazer uma sinopse ou uma crítica do livro e sim uma analogia de um
trecho específico, sendo este:
"Pode-se
afirmar que um preso possuidor de alguns recursos sofre dez vezes
menos que aquele que nada tem. Quando o governo fornece tudo, para
que se quer dinheiro? É assim que a nossa administração raciocina.
Entretanto, repito-o, se os detentos fossem privados da faculdade de
possuir algum dinheiro, enlouqueceriam; ou morreriam como moscas
(embora “providos de tudo”) ou, então, entregar-se-iam aos
piores desmandos, uns por desespero, outros para mais depressa serem
punidos e aniquilados, e desse modo mudarem, de qualquer forma, o
curso do próprio destino (“mudar de sorte” é a expressão
técnica)."
Neste
trecho específico nota-se muitas semelhanças com o que vivemos, não
preciso expor muito a ideia pois está nítida o que eu quero dizer.
Mas de forma singela sabemos que quem nasce em um berço de ouro não
passa a mesma dificuldade que um deficiente “normal”, também
sabemos que precisamos lutar por nós mesmos, não teremos nada se
esperarmos o poder estatal manifestar-se para nos ajudarmos,
morreremos à míngua, morreremos acamados, morreremos sem conhecer o
mundo, pois é o que o estado quer para cortar gastos. Para
conseguir-se uma singela cadeira de roda do SUS demora-se meses ou
até anos, olha que é um objeto simples que dá uma liberdade imensa
para quem precisa e assim garante o seu direito de ir e vir tutelado
pela Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso XV.
Muitas
vezes o deficiente físico acaba que por depender da Bondade alheia,
muitas empresas doam algum acessório para a pessoa, mas ainda não é
um gesto altruísta e sim porque as mesmas conseguem benefícios
fiscais.
Nós
que não estamos em um filme de Hollywood ou em uma novela das 20:00
horas, não possuímos meios suficientes para ter a famosa liberdade,
infelizmente somos presidiários de uma patologia, onde muitas vezes
a nossa pena é perpétua.
Quantas
vezes nos submetemos as coisas que não gostamos ou que não queremos
por não ter opção, o que nos incomoda é a falta de opção,
gostaríamos de escolher nosso próprio caminho sem interferência de
nada. Não queremos que o estado nos diga o que fazer, não queremos
que familiares nos digam o que fazer, não queremos que ninguém, nem
o Papa nos diga o que fazer, queremos ser livres, queremos fazer tudo
o que uma pessoa normal faz. Muitas pessoas podem estar lendo isso
agora e ficar pensando, mas eles podem fazer tudo que uma pessoa
normal faz, se você é essa pessoa, você está enganado, nós
fazemos tudo o que está dentro dos nossos limites, nossos limites,
além da limitação física, também é a limitação orçamentária,
não quero ser o mesquinha ou ganancioso que pensa só em dinheiro,
mas com dinheiro, eu posso afirmar eu André seria livre, seria livre
de tudo que me prende nessa vida aterrorizante, quem sabe até minha
prisão perpétua seria revista e assim ganharia meu habeas corpus
para a tão sonhada liberdade.
Por
fim, espero que você leitor ou leitora tenha gostado desta
manifestação de loucura da minha mente ou seria manifestação de
sensatez? Não me interpretem de forma errada, sei que a questão
financeira é um assunto complicado, pois a dificuldade de não ter o
dinheiro é da maioria da população, sendo deficiente ou não. A
questão aqui é: toda acessibilidade é cara, toda órtese, cadeira
de rodas, próteses, e muitos outros acessórios que auxiliam o
deficiente no dia a dia são imensamente caros. E às vezes só
queremos ter uma vida simples com qualidade que só estes acessórios
nos dão.
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